segunda-feira, novembro 26, 2007

CIRANDA

CIRANDA


(Amores Prematuros)

À distância,
Acena uma ciranda
Interrompida para falar de amor.
E a ciranda deixou fugir
Uma porção de pés descalços,
De olhos espantados, lábios entreabertos
Num sorriso que se esqueceu de existir.
E uma garota largou as sandálias
`A beira da sarjeta,
E feriu os pés nos sapatos de saltos.
(Mas era doce falar de amor!)
E, agora, a ciranda vazia
Acena à distância.
(Mas não se vai à ciranda de saltos altos...
... Mas é tão doce falar de amor!...)


(ZSF/SP-1961-início de fevereiro)