segunda-feira, novembro 26, 2007

CIRANDA

CIRANDA


(Amores Prematuros)

À distância,
Acena uma ciranda
Interrompida para falar de amor.
E a ciranda deixou fugir
Uma porção de pés descalços,
De olhos espantados, lábios entreabertos
Num sorriso que se esqueceu de existir.
E uma garota largou as sandálias
`A beira da sarjeta,
E feriu os pés nos sapatos de saltos.
(Mas era doce falar de amor!)
E, agora, a ciranda vazia
Acena à distância.
(Mas não se vai à ciranda de saltos altos...
... Mas é tão doce falar de amor!...)


(ZSF/SP-1961-início de fevereiro)

6 Comments:

Blogger Udi said...

...e o amor não combina com ciranda?!

12:55 PM  
Blogger Rosangela Mormillo said...

Despedir-se da infância a caminho do amor que se acena ao mesmo tempo apaixonante e espinhoso...
Novidades que se acenam diante do crescimento, só nos restando a despedida.
É preciso dar adeus à infância depois dar adeus à adolescência e deixar dentro de nós umas sementinhas e fazer uso delas para "cirandear"por aí!
Saudades QAEMES.
Beijos

3:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Às vezes é preciso voltar a cirandar... Obrigada por ter postado esta, que me escreveu em meu álbúm de recordação aos 10 anos!

6:28 PM  
Blogger zuleica-poesia said...

Udi- a ciranda é o amor.Eu achava impróprio para menores e agora acho impróprio para antigas senhoras que não tenham marido.Parece que há sempre algum elemento de medo.

10:11 AM  
Blogger Udi said...

Zuleica querida, reconhecer nossos medos é um começo para superá-los.
beijos

1:27 PM  
Blogger Rosangela Mormillo said...

Udi,

Amor combina com dor, com sabor, com calor, com flor e também com dissabor...
Enfim amor combina com tudo, até com temor ou horror..
Saber se despedir é uma arte para poucos, pois corre-se o risco de cirandear eternamente pela terra do nunca e na vida é preciso reconhecer os fins nas diversas fases.
É duro, mas necessário.
Mesmo assim, continuo com as minhas sementinhas cirandeiras e as uso.
Rô.

10:25 AM  

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