segunda-feira, outubro 29, 2007

DESESPERO

DESESPERO

Perguntei, nos instantes
Em que os olhos dos pais fogem do olhar dos filhos,
E em que os olhos dos reis pairam, absortos,
Sobre as cabeças curvadas dos povos.

Mas os deuses
Fitavam perplexos a eternidade e a morte.

E, em todos os instantes,
O silêncio era denso,
E apenas a vontade inconsciente
Comandava os gestos.

E eu nem sequer chorei!


(ZSF/SP-6 e 7/11/1961)