segunda-feira, julho 23, 2007

À ESPERA

À ESPERA

(A Cassiano Ricardo)

A noite sobre mim esvazia seu mundo
De treva e de agonia.
Espero.
E essa esperança
Destrói as minhas fibras uma a uma.

Se um dia o desespero me salvar,
E o Senhor
Aceitar-me sem fé,
Como ao suicida louco,
Então terei ganho a partida contra a noite
E a tarântula doida
Que traça em meus olhos
Medonhos e grotescos círculos de espera.

(ZSF/Cravinhos - 22/11/1964/1965)