segunda-feira, outubro 29, 2007

DESESPERO

DESESPERO

Perguntei, nos instantes
Em que os olhos dos pais fogem do olhar dos filhos,
E em que os olhos dos reis pairam, absortos,
Sobre as cabeças curvadas dos povos.

Mas os deuses
Fitavam perplexos a eternidade e a morte.

E, em todos os instantes,
O silêncio era denso,
E apenas a vontade inconsciente
Comandava os gestos.

E eu nem sequer chorei!


(ZSF/SP-6 e 7/11/1961)

5 Comments:

Blogger Suzana said...

Eis porque sempre te admirei.
Perfeito
bjs

5:21 PM  
Blogger Jorge Lemos said...

A amplitude do olhar
enxerga coisas imprevisiveis:
este, talvez, o desespero!

9:48 PM  
Blogger Flavio Ferrari said...

Des-espero ...
Só existe quando não há mais esperança ...

2:41 AM  
Blogger Anne M. Moor said...

"... os olhos dos pais fogem do olhar dos filhos..." Zuleica, não fogem não, mudam de perspectiva. Filhos são nossos tesouros e precisamos deixá-los viver. São nossos mais queridos amigos!!

2:57 PM  
Blogger Anne M. Moor said...

Aiiiiiiiiii Jorge... como sempre botando o dedo na moleira!!!!!!!!!!!

2:58 PM  

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