segunda-feira, novembro 19, 2007

ANGÚSTIA

ANGÚSTIA


Uma dessas angústias
De estação de estrada de ferro,
Velha... Antiquada...
Negra da fuligem das locomotivas.
Esqueleto metálico
Cobertura metálica.
Chão de concreto...
E o cansaço branco do vapor
Bufando... Bufando...
E o ranger das rodas,
E o choque dos vagões ocos,
E o desequilíbrio dentro dos vagões cheios.
Gritos de carregadores ecoando esparsos...

E dentro da alma,
Silenciosa,
A angústia de um adeus
Ou de um regresso irremediável!


(ZSF/SP- 10 e 12/05/1961)

5 Comments:

Blogger Anne M. Moor said...

Affe que linnnnnnnnnnnndo... A imagem do trem e tudo que isso significa está plena e bela.
Beijos

10:56 AM  
Blogger Maria said...

Vejo este trem todoas as noites passar pela minha janela. Adoro seu ranger de ferros, sons agudos que levam sonhos e carregam esperanças. Depois da angústia, o silêncio canta no meu coração a canção do sobrevivente.
Beijos

4:24 PM  
Blogger Jorge Lemos said...

Para vc Zuleica com um forte abraço

Vou correndo,
Vou bunfando,
vou gemendo,
vou arfando,
Vou seguindo
perseguindo
os meus sonhos...

Vem a curva,
vou rangendo,
Pú-ú-ú,
Vejo longe
uma criança acenando,
ela sonha
igual meu sonho.
Vem um túnel,
escuridão,
vem a luz la do fundo,
solidão...
solidão...
solidão...

Sigo em frente
vou buscar
aquilo que me falta
lá bem longe,
noutro lugar...
noitro lugar...
noutro lugar...

Cheguei!

11:09 AM  
Blogger Walmir Lima said...

Linda a sensibilidade do poeta que percebe essa imagem das entranhas de uma estação, das entranhas das locomotivas...
'... dentro da alma, silenciosa, a angústia de um adeus ou de um regresso irremediável!'
Parabéns e um grande e carinhoso abraço.
Walmir

12:24 AM  
Blogger zuleica-poesia said...

Oi, turma- hoje me senti mais aconchegada junto de vocês- Anne, Maria, Jorge, Walmir- Muito obrigada.

9:23 AM  

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