CONFUSÃO
CONFUSÃO
Que vou fazer
De todas as verdades?
Em todos os rostos eu vejo
Um grito de socorro --
Mas a boca morde as mãos que se estendem.
Que vou fazer da dor de todos nós?
Quem conhece meu nome
E a cor dos meus olhos
Para ouvir minha voz?
E o que direi?
E o que posso perguntar?
Quantas vezes posso dizer que eu amo -
Sem mentir?
Quantas vezes posso mentir que eu amo,
Sem me sufocar?
Ai! meu Deus!
Quem sou eu que me sinto irreal?
Quem sou eu que tenho tanto medo
De falar e não falar?
Quem sou eu que vou morrer
Como todas as verdades
E não sobrecarregarei memórias?
(ZSF/SP - 30/08/67)
Que vou fazer
De todas as verdades?
Em todos os rostos eu vejo
Um grito de socorro --
Mas a boca morde as mãos que se estendem.
Que vou fazer da dor de todos nós?
Quem conhece meu nome
E a cor dos meus olhos
Para ouvir minha voz?
E o que direi?
E o que posso perguntar?
Quantas vezes posso dizer que eu amo -
Sem mentir?
Quantas vezes posso mentir que eu amo,
Sem me sufocar?
Ai! meu Deus!
Quem sou eu que me sinto irreal?
Quem sou eu que tenho tanto medo
De falar e não falar?
Quem sou eu que vou morrer
Como todas as verdades
E não sobrecarregarei memórias?
(ZSF/SP - 30/08/67)
5 Comments:
Zuleica e depois disso dizes não saber se és poeta?????? Você não só é poeta mas demonstra uma sabedoria ímpar... 1967... com insights que em 2007 as pessoas não entendem ainda!!!!!!!!!!!!!!! Como alguém já disse por aí... este poema é de ser lido de joelhos.
Essa é uma confusão das boas (não digo que não seja sofrida). É daquelas que nos faz evoluir. Prova disso é que isso tudo aconteceu há 40 anos e hoje... bem... o presente é um presente, nénão?
67? Quarenta anos. E atual para tanta gente!
Quantas vezes repetiremos
ser este um
magnifico poema?
O mesmo silêncio que abriga o poema anterior. Esta infinita solidão que se vive com as palavras. Este silêncio que em som amplificado se escutaria:
Eu amo, amo muito, sempre vou amar, Ai! meu Deus!
Bendito silêncio.
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