EU LHE TROUXE UMA FORTUNA
EU LHE TROUXE UMA FORTUNA!
(A uns amigos reticentes...)
Era alegria, afeto, busca e descoberta
Que eu quis dividir com você.
Tudo que não tem preço, de tão caro
Ah! Santo que desconfiou tanto
Que eu pude compreender
O valor do que eu trouxe!
Então não era uma pequena esmola, não!
Uma parte você pegou, pensando que roubava.
Depois,
Foi derrubando cadeiras à minha frente,
Disfarçada, ou descaradamente,
Inconsciente ou não.
O suficiente
Para manter-me à distância de você.
Primeiro eu chorei a rejeição e a distância.
Depois eu chorei pelo meu próprio valor que quase atraiçoei.
E, daí, me lembrei que, no infinito,
As distâncias são relativas:
Qual o ponto de referência para a minha mágoa?
Longe de você estou mais perto do que?
E você?
Nem mesmo se orgulhe de ser bom ladrão.
Você não soube roubar.
Eu perdi uma parte de mim, sim!
Mas o que ficou com você -- fui eu quem quis dar!
Uma fortuna!
(ZSF/SP - 1986)
(A uns amigos reticentes...)
Era alegria, afeto, busca e descoberta
Que eu quis dividir com você.
Tudo que não tem preço, de tão caro
Ah! Santo que desconfiou tanto
Que eu pude compreender
O valor do que eu trouxe!
Então não era uma pequena esmola, não!
Uma parte você pegou, pensando que roubava.
Depois,
Foi derrubando cadeiras à minha frente,
Disfarçada, ou descaradamente,
Inconsciente ou não.
O suficiente
Para manter-me à distância de você.
Primeiro eu chorei a rejeição e a distância.
Depois eu chorei pelo meu próprio valor que quase atraiçoei.
E, daí, me lembrei que, no infinito,
As distâncias são relativas:
Qual o ponto de referência para a minha mágoa?
Longe de você estou mais perto do que?
E você?
Nem mesmo se orgulhe de ser bom ladrão.
Você não soube roubar.
Eu perdi uma parte de mim, sim!
Mas o que ficou com você -- fui eu quem quis dar!
Uma fortuna!
(ZSF/SP - 1986)
11 Comments:
Os nacos roubados à gente, Zuleica, abrem espaço para que os amados, amantes, amigos, preencham com prazer e alegria. E que a gente enfeita com com tecido mais novo e bonito.
Não é assim?
Zuleica, permita-me ousar desejar que minha amizade ocupe um nano-pedacinho do espaço que se abriu com essa perda.
beijo
Querida amada e mui estimada sogra,
Poesia linda!
Sentimentos intensos, conhecidos ou vividos por todos nós.
O bom é que a fortuna roubada volta a brotar mais cedo ou mais tarde.
E assim, sem percerbernos, nos entregamos com a mesma intensidade, pois viver sem amar não tem graça e amar sem se doar menos ainda!
Beijos afortunados,
Rô
Desabafo em forma de poema...Tomara a tenha aliviado.Outro poema o comentário de Ernesto.
Esses 'nacos roubados' (com a permissão do Ernesto) nos fazem doer, mas ao mesmo tempo crescer. São portas que se fecham, mas lembre... a cada porta que se fecha, abre-se uma janela. O poema é lindo. E qdo as nuvens se espalharem e levantem vais ver que a vida também é.
Abraço grande.
Zuzú ,(QAEMES)
Seu poema escrito a 10 anos fez sofrer seus novos amigos blogueiros.
Assim são os amigos: querem nos dar conforto, nos tirar as dores...
Como são importantes os amigos, como são imprecindíveis.
Quero aqui, deixar uma homenagem aos meus amigos que sabem quem são
incluindo a sra. que sempre foi e sempre será muito especial.
Rô
Lindo poema...
Bem que eu podia ter herdado um pouco desse talento ...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flavio:
Lendo a Zuleica (que nunca chamei de Dona por não saber antes quem era e, agora, por sabendo saber que poetisa não tem idade), vê-se que herdou sim. Com estilos diferentes, o mesmo olhar.
É realmente nós ganhamos uma fortuna por conhecer essa pessoa maravilhosa e sua poesias.
Pena que às vezes a gente demora muito para perceber que o que oferecemos é, sim, uma fortuna... Que não sigamos acreditando que éramos tão pobres, que nada podiamos dar...
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