segunda-feira, fevereiro 25, 2008

POEMA VERDE

POEMA VERDE

Autora: Helle Alves

Quero vestir de verde a minha mágoa
e derramar nos bosques
os olhos machucados.
De raios de sol adormecer a angústia
e mergulhar
o meu pranto no mar.

Quero de túnica azul
cobrir meus sonhos
e olhar a cidade ao longe.
De onde a visão das luzes
não me traga a voz
do desespero.

Quero habitar um mundo
que não seja feito de pedra
e onde a morte
tenha o gosto das coisas simples.
E as lágrimas dos homens
não sejam feitas de sal.

Quero vestir de verde a minha mágoa.
Quero ouvir o silêncio cantar
melodias ao vento
e livre dispersar
o meu peito cansado
de fumaça e desencanto.

6 Comments:

Blogger Suzana said...

...E as lágrimas dos homens
não sejam feitas de sal...

Na lágrima ha paridade com o soro que hidrata e mantem a vida.
bjs

3:09 PM  
Blogger Udi said...

é meio triste, né? Talvez ela devesse parar de fumar...

6:24 PM  
Blogger Walmir Lima said...

Cada poema nos diz algo.
Sempre nos vemos em seu conteúdo, sejam linhas ou entrelinhas.
Só quem ama ou amou na vida sabe o que é isso.
Parabéns pelas escolhas e por dividir conosco estes momentos.
Um beijo

12:50 AM  
Blogger Jorge Lemos said...

Percorrer as palavras do poeta
é como percorrer um labirinto;
move-se assustado na esperança
de encontrar o outro ponto da linha que o conduz a felicidade da vida.

7:48 AM  
Blogger vittorio said...

Verde, não a toa é cor da esperança, o fugir da angústia dos dias repletos de tantos conformismos e outros tantos ismos que nos sequestram da vida simples e da razão de ser da vida.
Quem não tiver na vida o pranto derramado, decerto terá na angústia pesado fardo por não renovar a esperança, lavar a alma, clarear a visão e encontrar a linha que leva a novos caminhos.

12:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

Querer sempre queremos, mas é que às vezes dá um pouco de medo na hora de colorir.

11:31 PM  

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